quinta-feira, 27 de outubro de 2022

As bibliotecas do AEA em articulação com os professores de português juntam-se ao projeto solidário da "Ajudaris"

É com imensa alegria que vemos que os textos escritos pelos alunos do AEA sobre o tema "A água" foram selecionados e fazem parte do livro editado pela "Ajudaris"! Foi com muito gosto que a professora bibliotecária em articulação com os professores Paulo Adriano e Lolita Henriques desafiaram os alunos dos 4º A e 5ºB a escreverem um texto subordinado ao tema "A água" e a participarem no projeto solidário da Ajudaris. Foi muito importante a participação, a entreajuda, o espírito de solidariedade que colocaram em cada verso que escreveram. Parabéns a todos!
Podem adquirir os livros nas bibliotecas do Agrupamento de Escolas de Almeida. 
O preço é 6 euros.


Livro "Ajudaris" 2022
















Textos e ilustrações do AEA selecionados:  




A ÁGUA

A água pura e transparente,
pelos rios corre lentamente.
Cada vez mais devagar,
porque a chuva tarda em chegar.
Para a terra é um bem essencial
e para todos os seres vivos igual.
Sem ela não sobrevivemos,
pois todos nós dela precisamos.
Todos os dias, necessitamos economizar
para que, no futuro, não possa faltar.

POEMA EM CONJUNTO(4º A)




As águias sedentas

O tempo secava

O verde escapava

A nuvem tremia,

Mas nada aparecia…

As águias tinham sede.

A mais velha

À montanha subiu com uma ideia:

A águia comeu o I

E em água se transformou!

Como ainda tinha sede

Bebeu o I do rio…

A abundância do rio

Tornou-se num fio…

 

Outra ideia teve então,

Esta sim, brilhante:

Gritou todos os IIIIIIIIII’s que bebeu

E o rio renasceu.

Poema em conjunto

(5º B)


O Projeto “Histórias da Ajudaris” pretende dar voz às crianças e jovens, e permite fazer voluntariado em prol do outro.

É com enorme alegria que o AEA se juntou às 900 escolas solidárias que já abraçam o projeto, tornando os seus alunos voluntários e autores de uma obra coletiva que tem como principal objetivo incentivar o gosto pela escrita, leitura, arte e cidadania, partilhando as boas práticas já desenvolvidas pelas escolas.

Desde 2009 que a Ajudaris (www.ajudaris.org ) convida anualmente, sob a forma de um desafio criativo, escolas públicas e privadas de todo o país a participarem com a escrita de uma, ou mais histórias sobre temas ligados à cidadania que já são trabalhados em sala de aula, biblioteca, família... Estas histórias recebidas são ilustradas por artistas conceituados e novos talentos de várias partes do mundo. O resultado é uma obra coletiva imperdível em que os autores dão autógrafos.

Crianças escrevem textos para ajudar outras crianças! Maravilhoso, não é?

Em sala de aula, na Biblioteca, em Família, juntos vamos criar textos de qualquer género literário para dar visibilidade às boas práticas já desenvolvidas pelos Educadores e Professores. Vamos igualmente proporcionar o poder da autoria aos pequenos grandes autores e, paralelamente ajudar crianças a necessitar da nossa solidariedade.

Vamos viajar pelo mundo dos textos?

A professora bibliotecária: Isabel Robalo


Tem a palavra... Teresa Calçada

É com gosto que festejo e saúdo o Dia das Bibliotecas Escolares! Conhecem a minha dedicação à causa das bibliotecas - pequenas , grandes, imponentes ou modestas, universitárias, municipais e escolares. O importante é que sejam bons e bonitos lugares de acolhimento de todos, pelo que oferecem: livros, recursos e meios, mediação e orientação, acesso livre, gestão profissional e liderança, com o propósito de um uso sem barreiras de qualquer espécie, com vista à oferta de bens de cultura, entretenimento, informação e conhecimento. Como tão bem disse Zadie Smith, “As bibliotecas bem geridas estão cheias de gente porque o que uma biblioteca oferece não pode ser encontrado noutro lugar: um espaço público coberto onde não é preciso comprar nada para aí ficar.” Que a ambição não nos falte e a exigência profissional e moral seja permanente. Toda a sociedade civil tem responsabilidades para com as bibliotecas enquanto espaços de liberdade, igualdade e saber. As bibliotecas escolares estão no meu coração e têm de mim um carinho, um respeito e uma confiança muito especiais. Porque vejo nelas uma oportunidade infinita para os que frequentam a escola, desde muito cedo nas suas vidas, de os levar a ter interesse pelas coisas, a desenvolver capacidades e competências, apetências também, a procurar largueza de ideias, gostos e interesses, a cultivar a palavra, a literatura, as artes e as ciências, a respeitar a história e a reconhecer os preconceitos que formatam e limitam as pessoas, a conhecer o eu e os outros, a preservar a memória para melhor escolher o futuro, a valorizar o conhecimento. Não menos importante, a biblioteca escolar ensina a adquirir hábitos de leitura e escrita, de estudo, e métodos de trabalho manuais e intelectuais. A trabalhar em equipa, em rede, a gerir projectos e a compreender o valor das atitudes e das ações. Proporciona aprendizagens fundacionais e fundamentais, indispensáveis ao crescimento, autonomia pessoal e responsabilidade social. É verdade que das bibliotecas escolares se espera tudo e nelas se ensina(quase) tudo! As bibliotecas escolares são um espaço de iniciação e espanto, promotor de equidade entre pares, um ambiente de igualdade e inclusão, onde os profissionais fazem curadoria de conhecimentos e cuidam dos que estão em formação e crescimento. Mas, se por economia ou falta de opção estratégica, não lhes forem criadas e dadas condições, aumentam exponencialmente as dificuldades para desempenharem e cumprirem tão relevante missão social, incontornável no desempenho e desenvolvimento pessoal e coletivo de todos. As políticas públicas de leitura não podem, não devem, afrouxar o investimento, conscientes do pilar que estas constituem para a educação e qualificação. Todos sabemos que as bibliotecas são caras, mas também muitos sabemos quanto mais caro é não as ter! Nunca podem ser vistas como despesa, mas sim como o melhor dos investimentos. O que vale para os alunos, vale para educadores, para os professores e para as equipas que trabalham nas escolas, de quem se espera que reconheçam nas bibliotecas escolares o melhor, o mais útil, necessário e indispensável para que as escolas sejam o verdadeiro portal cultural, onde todas as literacias contam. Entre nós o motor de tamanha empreitada são os professores bibliotecários, responsáveis pela sua gestão e organização, de quem se espera formação, qualificação e permanente actualização e, claro, muita dedicação. Natural é, assim, que lhes sejam proporcionadas, quer pelas direções das escolas, quer pela tutela política, as melhores e mais adequadas condições de trabalho. Sem tais condições fica decididamente comprometido o sucesso deste valioso equipamento democrático por excelência, que tanto pode ajudar a incrementar os resultados escolares, desde a pré-escola ao fim da escolaridade obrigatória, passando pelo ensino profissional e de adultos. Comprometido está, o seu desempenho, se igualmente falharem livros físicos e digitais, diversificados e actualizados, recursos técnicos e tecnológicos em quantidade e qualidade, redes digitais de informação e comunicação e meios humanos com reconhecida aptidão e formação para as variadas actividades assacáveis às bibliotecas escolares. Dentre este grupo de profissionais com formação especializada, uma muito especial referência aos designados coordenadores interconcelhios das bibliotecas escolares que, enquanto parte de uma estrutura intermédia e territorial da maior importância, constituem a guarda avançada do que é a Rede de Bibliotecas Escolares, cabendo-lhes coordenação logística e operacional, organização técnica e biblioteconómica, responsabilidade pedagógica e cultural em certas áreas geográficas à sua guarda. Acrescem as relações inter-bibliotecas , bem como a colaboração e partilha com estruturas autárquicas e instituições de diferentes natureza, cultura, desporto, trabalho, empresas, saúde, solidariedade social, formação…. e tantas outras. As bibliotecas têm, no mundo, um público manifesto reconhecimento histórico, a que nem sempre correspondem investimentos, e muitas vezes ocorrem mesmo recuos e retrocessos dramáticos, como é por todos sabido. Num tempo em que as crises mundiais se agravam, as guerras nos ameaçam globalmente, em que a raparigas e mulheres é vedada a alfabetização, em que pandemias comprometem o papel das escolarização e, entre nós, também as desigualdades sociais se agravam e são já fortes condicionantes das aprendizagens, particularmente dos mais débeis, só podemos, neste Dia das Bibliotecas Escolares, requerer o seu reforço e valorização! Acresce que estes tempos cruéis, agitados e vorazes, em que se vive, como se vive, de forma apressada e alienada, não conduzem à reflexão, ao pensamento lento, tempos em que o poder de novos modos de comunicação, ubíquos e aditivos, nos tornam mais permissivos à desinformação e ao ruído, e igualmente mais vulneráveis ao mercado das redes sociais e afins, há que saber distinguir razão de emoção, opinião de conhecimento. As bibliotecas sempre serviram para tal, para fortalecer o humano e as humanidades. As bibliotecas escolares são as primeiras a cumprir essa missão, preparando “leitores” para serem, ao longo da vida, activos e gratos, utilizadores de Bibliotecas. Contem comigo! Saudações e estima. Teresa Calçada